Para o advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim, a holding familiar tem ganhado protagonismo no agronegócio não por modismo, mas por necessidade. Com o crescimento patrimonial e o aumento da complexidade das atividades rurais, muitas famílias passaram a buscar alternativas para organizar, proteger e perpetuar seus bens. Nesse contexto, a holding se apresenta como uma ferramenta jurídica eficiente e estratégica.
Criar uma holding no campo não é sinônimo de abrir uma empresa comum. Trata-se de uma estrutura pensada para concentrar e administrar o patrimônio familiar, reduzindo conflitos, otimizando tributações e preparando o terreno para uma sucessão organizada. Mas nem toda propriedade rural precisa de uma, e é aí que entra o olhar técnico e personalizado do advogado.
O que é uma holding familiar e por que ela pode ajudar?
É uma empresa criada para gerir o patrimônio da família, seja ele composto por imóveis rurais, maquinários, quotas de outras empresas ou até valores financeiros. Ao centralizar esses bens na holding, os sócios (geralmente os pais) passam a controlar o uso e a sucessão deles de forma mais previsível. O Dr. Christian Zini Amorim explica que isso permite, por exemplo, definir regras para uso dos bens por herdeiros ainda em vida.

Outro benefício é a blindagem patrimonial. Em caso de dívidas de pessoas físicas, os bens da holding ficam protegidos. Além disso, ela permite um planejamento sucessório mais fluido, com doação em vida de quotas aos filhos, mantendo o controle com os pais. A família evita inventário, reduz custos e preserva a harmonia entre gerações. Tudo isso exige uma análise jurídica criteriosa, mas os ganhos podem ser substanciais.
Em que situações a holding não vale a pena?
Quando feita apenas por impulso, sem planejamento ou orientação jurídica. Há produtores que criam uma holding sem saber exatamente por que, apenas seguindo conselhos genéricos. O advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim alerta que essa escolha, se mal estruturada, pode aumentar custos e gerar insegurança jurídica. Nem toda organização patrimonial exige esse formato. Em alguns casos, outras soluções são mais simples e eficazes.
Outro erro comum é não observar o impacto tributário. Dependendo do faturamento, do tipo de atividade rural e da forma de exploração da terra, a holding pode representar mais prejuízos do que vantagens. Também é necessário considerar o perfil dos herdeiros: há famílias que funcionam melhor com partilhas individuais do que com uma gestão coletiva. Cada caso precisa de estudo próprio.
Como a lei trata as holdings no contexto rural?
A legislação brasileira permite a criação de holdings patrimoniais e operacionais, inclusive com imóveis rurais. O Dr. Christian Zini Amorim explica que é possível transferir a posse das terras para a holding sem perda da titularidade dos benefícios rurais, como acesso a crédito agrícola e programas de incentivo. A regularização precisa ser feita com atenção. Documentação das terras, registros em cartório, contratos sociais e aspectos tributários devem estar alinhados. O advogado é o profissional mais indicado para conduzir esse processo, ao lado do contador.
Estratégia que atravessa gerações
Uma holding bem estruturada não resolve tudo, mas pode evitar muitos problemas. O Dr. Christian Zini Amorim destaca que, quando usada com inteligência, ela transforma a forma como o produtor rural lida com seu legado. Planejar a sucessão, organizar os bens e reduzir riscos jurídicos são formas concretas de proteger aquilo que foi construído com trabalho e dedicação.
Autor: Vogel Huber