Nos territórios ribeirinhos do Maranhão, a mobilidade não se resume a deslocamento: ela define acesso a itens básicos para uma vida de qualidade. Daniella Jadão Menezes, Deputada Estadual, ao analisar a realidade dessas comunidades, nota que a distância física e a ausência de transporte adequado criam barreiras que impactam diretamente a vida das famílias que dependem de rios, igarapés e caminhos alagados para se mover. Quando a mobilidade é precária, o isolamento cresce; quando o transporte chega, chegam também oportunidades, segurança e dignidade.
A mobilidade ribeirinha é parte da identidade maranhense, mas não pode continuar marcada pela improvisação. Canoas sem proteção, travessias noturnas perigosas, longos percursos a pé em áreas alagadas e dependência exclusiva do clima são desafios que precisam ser enfrentados por políticas públicas contínuas e planejadas.
Transporte adequado como condição para acessar direitos
Conforme destaca Daniella Jadão Menezes, o primeiro passo para enfrentar o isolamento é garantir transporte seguro e regular para quem vive às margens de rios e comunidades rurais de difícil acesso. Em muitos povoados, a ida ao posto de saúde depende da disponibilidade de um vizinho com embarcação; em outros, crianças caminham quilômetros para alcançar a escola mais próxima.
Quando o Estado estrutura rotas fluviais, disponibiliza embarcações adequadas e organiza horários fixos, cria condições mínimas de previsibilidade. Isso permite que famílias planejem consultas, compromissos escolares e atividades econômicas sem depender do acaso. Um transporte seguro, com coletes, motores revisados e operadores capacitados, protege vidas e reduz riscos que há décadas fazem parte do cotidiano dessas comunidades.
Saúde que chega pelo rio e encurta distâncias
Em grande parte das áreas ribeirinhas, a saúde depende da mobilidade. De acordo com Daniella Jadão Menezes, equipes de saúde da família que utilizam transporte fluvial conseguem levar vacinação, exames básicos, acompanhamento de gestantes e orientação preventiva para territórios que ficariam desassistidos sem essa estratégia.
Barcos adaptados, unidades móveis de saúde e parcerias com lideranças locais permitem que o atendimento chegue a pessoas idosas, crianças e pessoas com deficiência que não conseguem percorrer longas distâncias. A mobilidade, nesse contexto, deixa de ser logística e passa a ser cuidado.
Educação apoiada por transporte regular e seguro
A permanência escolar de crianças e adolescentes ribeirinhos depende diretamente do deslocamento. À luz do que observa Daniella Jadão Menezes, rotas escolares fluviais e terrestres organizadas de forma contínua reduzem a evasão, especialmente no período chuvoso, quando muitos caminhos ficam intransitáveis.

Transporte escolar seguro, embarcações adequadas e responsáveis treinados garantem que estudantes cheguem à escola com tranquilidade. Sem isso, muitas famílias preferem não arriscar o deslocamento durante a cheia, fazendo com que crianças percam dias e até meses letivos.
Mobilidade que fortalece produção, comércio e autonomia econômica
A economia das regiões ribeirinhas depende do fluxo de transporte para vender alimentos, artesanato, pescado e produtos agrícolas. Daniella Jadão Menezes analisa que garantir embarcações comunitárias, rotas regulares e pontos de desembarque estruturados permite que famílias escoem sua produção com mais segurança e melhor preço.
O transporte correto também facilita a compra de insumos, o acesso a feiras e a integração das comunidades aos programas de agricultura familiar. A mobilidade se transforma, assim, em instrumento de desenvolvimento regional.
Segurança nas travessias e cuidado com o território
Melhorar a mobilidade ribeirinha exige, igualmente, olhar para a segurança das travessias. Daniella Jadão Menezes frisa a importância de campanhas educativas sobre uso de coletes, manutenção das embarcações e práticas de navegação segura. A presença de pontos de apoio, iluminação mínima e sinalizações também reduz acidentes em horários de pouca visibilidade.
Ao mesmo tempo, o cuidado com rios e igarapés, essenciais para a vida dessas comunidades, precisa caminhar junto. Proteção ambiental, manejo responsável e combate a despejos inadequados reforçam a preservação do território que sustenta o modo de vida ribeirinho.
Um Maranhão que chega até o seu povo
Daniella Jadão Menezes conclui que pensar mobilidade humanizada é reconhecer que o Maranhão é feito de cidades, campos, ilhas, povoados e rios, e que cada território exige soluções próprias. Políticas que respeitam essa diversidade territorial fortalecem vínculos, ampliam direitos e reduzem desigualdades históricas.
Um transporte que chega no tempo certo, com segurança e cuidado, representa muito mais que deslocamento: representa presença do Estado, esperança e cidadania. É assim que o Maranhão se aproxima de quem vive longe dos centros urbanos, garantindo que nenhuma comunidade permaneça invisível.
Autor: Vogel Huber