A digitalização da engenharia pública tem transformado profundamente a forma como obras e serviços são concebidos e executados no setor governamental. Segundo Ricardo Chimirri Candia, esse movimento representa uma mudança de paradigma, em que a tecnologia deixa de ser um suporte auxiliar e passa a ocupar papel central na modernização da infraestrutura pública. Entre as principais inovações, o Building Information Modeling (BIM) destaca-se como ferramenta essencial para elevar a eficiência.
A adoção de tecnologias digitais permite à gestão pública superar desafios históricos como o excesso de retrabalhos, a baixa previsibilidade orçamentária e os atrasos na execução de obras. Descubra tudo sobre esse tópico na leitura abaixo:
Digitalização da engenharia pública: BIM como instrumento estratégico de planejamento e execução
O BIM (Building Information Modeling) é um modelo digital inteligente que simula virtualmente uma construção antes de sua execução. Ele integra informações geométricas, físicas, funcionais e operacionais da edificação, desde a fase de projeto até a manutenção da obra. No setor público, essa ferramenta permite maior controle sobre prazos, custos e qualidade, ao possibilitar a detecção antecipada de conflitos entre disciplinas (arquitetura, estrutura, instalações) e o replanejamento antes da execução em campo.

De acordo com Ricardo Chimirri Candia, a exigência do uso do BIM em licitações públicas vem crescendo, principalmente após o Decreto nº 10.306/2020, que estabelece a sua adoção gradual em obras federais. Com isso, órgãos públicos passam a contar com projetos mais precisos, que reduzem riscos de aditivos contratuais e interrupções por falhas de projeto. A modelagem também permite simular a operação da obra ao longo do tempo, contribuindo para decisões mais sustentáveis em termos de manutenção e ciclo de vida.
Tecnologias complementares: drones, sensoriamento e georreferenciamento
Além do BIM, outras tecnologias vêm sendo incorporadas à engenharia pública com resultados expressivos. O uso de drones, por exemplo, tem facilitado o mapeamento topográfico, o monitoramento de obras e a fiscalização de áreas de difícil acesso. Esses equipamentos reduzem custos, aumentam a precisão das análises e fortalecem a transparência na execução dos contratos públicos, ao gerar registros visuais atualizados de cada etapa da construção.
O georreferenciamento e os sistemas de informações geográficas (GIS) são igualmente valiosos para o planejamento urbano e territorial. Como ressalta Ricardo Chimirri Candia, essas tecnologias permitem cruzar dados de infraestrutura, meio ambiente, mobilidade e demografia, favorecendo uma gestão integrada do território. Já os sensores inteligentes instalados em obras e equipamentos possibilitam o acompanhamento em tempo real de variáveis como vibração, temperatura e umidade, garantindo maior controle técnico.
Benefícios institucionais e desafios de implementação
A digitalização da engenharia pública proporciona benefícios que vão além do canteiro de obras. Ela fortalece a capacidade técnica das instituições públicas, padroniza procedimentos, facilita auditorias e amplia a transparência perante a sociedade e os órgãos de controle. A gestão baseada em dados e evidências reduz o espaço para decisões arbitrárias e aproxima a administração pública das boas práticas de governança corporativa.
Entretanto, como indica Ricardo Chimirri Candia, a implementação eficaz dessas tecnologias exige investimento em capacitação técnica, atualização de normas internas e mudança cultural dentro dos órgãos públicos. Muitos municípios e estados ainda enfrentam limitações orçamentárias e estruturais que dificultam a adoção plena das ferramentas digitais. Por isso, é fundamental que a digitalização venha acompanhada de políticas públicas de apoio e cooperação interinstitucional.
Por fim, a digitalização da engenharia pública não é apenas uma tendência, mas uma necessidade diante das exigências contemporâneas de eficiência, sustentabilidade e transparência. Tecnologias como o BIM, drones, GIS e sensores estão transformando como o setor público planeja e executa suas obras, reduzindo falhas, otimizando recursos e elevando a qualidade dos serviços prestados à população. Para Ricardo Chimirri Candia, investir em inovação tecnológica é investir em uma gestão pública mais moderna e segura.
Autor: Vogel Huber