A Justiça de Pernambuco emitiu uma ordem de prisão contra o cantor Gusttavo Lima, como parte de uma investigação sobre uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A decisão foi proferida pela juíza Andrea Calado da Cruz, que também determinou o bloqueio de 3,3 milhões de reais das contas do artista. A defesa de Lima considera a decisão injusta e afirma que a inocência do cantor será provada.
A investigação, conduzida pela Polícia Civil, sugere que Gusttavo Lima teria auxiliado na fuga de dois suspeitos ligados ao esquema. A prisão do cantor foi solicitada após a Operação Integração, que já havia resultado na detenção da influenciada Deolane Bezerra. A operação visa desmantelar uma rede de apostas ilegais e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público propôs medidas cautelares menos severas, como a proibição de contato com outros investigados. No entanto, a juíza Andrea Calado da Cruz discordou, afirmando que não há medidas alternativas que garantam a ordem pública. A decisão se baseia em compromissos de que a empresa de Lima, Balada Eventos, está conectada à organização criminosa.
Entre as suspeitas, está a de que Gusttavo Lima teria usado uma aeronave para ajudar a fuga de José André da Rocha Neto e sua esposa, Aislla Sabrina Rocha, donos do site de apostas Vai de Bet. A polícia acredita que o casal pode estar escondido na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha.
A juíza destacou a gravidade das acusações e a necessidade de uma investigação aprofundada. Ela ressaltou que a conivência de Lima com os forgidos compromete o sistema judicial e perpetua a impunidade. Além disso, a magistrada criticou os jogos de azar, afirmando que eles corroem o tecido social e afetam principalmente a classe trabalhadora.
Gusttavo Lima, um dos cantores sertanejos mais populares do Brasil, tem mais de 45 milhões de seguidores no Instagram. Recentemente, ele foi apresentado no Rock in Rio. A investigação sobre suas atividades começou em 2022, quando a polícia apreendeu dinheiro e documentos em uma banca de jogos em Recife.
A operação revelou que o esquema de jogos ilegais utilizava o mercado de apostas e outras empresas para lavar dinheiro. Entre os bens compreendidos está uma aeronave da Balada Eventos, que estaria em processo de transferência para a empresa de José André da Rocha Neto, também envolvida no esquema.